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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

O Saber Sensível Na Música

Maurício Lima - Equipe leste II, III e IV

“ Aristotle, in his famous discourse “On Music”, said: “It’s difficult, if not impossible, for those who do not perform, to be good judges of the performance of others”. He, of course, was referring to solo performance on instruments or singing. However, the same may be said of those who must judge the worth, competency, and effectiveness of a piece of music.
Hands-on experience in a specific area of the musical arts makes a composer, conductor, teacher, performer, or student a better practitioner in that particuler aspect of music.”

Samuel Adler



Samuel Adler, abre seu livro sobre orquestração ecoando a premissa da necessidade que todo homem possue em sedimentar o conhecimento sensível, em determinada linguagem, a fim de prosseguir na manifestação do juízo de valor que dentre outras práticas nos levam a montar o mosaico do conhecimento inteligível pessoal, de um grupo ou área de atuação.
Em primeira instância procurei usar este princípio a fim de auxiliar alguns vocacionados, dominados por uma tremenda vontade de realizar com mais acuidade as suas críticas pessoais e  de colegas do grupo, a refletirem sobre os processos criativos a partir do saber sensível.
Através da ferramenta da análise, tentei trazer luz a algumas críticas e expectativas artísticas dos vocacionados no intuito de lhes explicar que o conhecimento inteligível esta atrelado ao conhecimento sensível e que no momento da elaboração de suas práticas artísticas estes dois saberes devem estar intimamente ligados. Porém, levantei a existência de um momento anterior inerente a inteligibilidade artística, o conhecimento dos signos que compõem a nossa realidade musical ; o mundo é significado, quer dizer, transformado em signos, pelos quais conhecemos tudo e a nós mesmos num trabalho reflexivo.


“Todos os animais têm um conhecimento de seu meio ambiente, que lhes possibilita a sobrevivência, porém o nosso é radicalmente distinto, já que é abstraído e armazenado por meio dos signos”.
João Francisco Duarte Jr.



 Nesse momento sugeri que eles refletissem a respeito do modo de cantar e de tocar de um de seus colegas e que tentassem analizar sua performance (quais eram os elementos artísticos daquela execução...). O que vímos foi realmente uma resposta direta à necessidade de se refletir/discutir sobre alguns códigos e sentidos musicais na intenção de constituir uma via de mão dupla entre sentido e significado que nos ajudaria a entender, elaborar e desenvolver a nossa sensibilidade e personalidade musical.
Depois de lhes falar muito a respeito de alguns signos materiais e abstratos na linguagem musical, propus um exercício onde eles cantariam algumas melodias, comum a eles, da seguinte maneira:

 - A partir de uma imitação interpretativa de seus ídolos;
-  Analisando, as técnicas vocais usadas, a melodia em questão, a dinâmica (densidade) musical gerada a partir das escolhas vocais empregadas;
 - E finalmente uma experiencia pessoal de desenvolvimento interpretativo.

Depois de superarem suas inseguranças, vimos uma substâncial mudança na forma de assumir posturas artísticas “desavisadas” e uma maior acertividade na crítica à seus amios, o que contribuiu para o amadurecimento de todos.
Para finalizar, instiguei-os a produzirem uma crítica técnico-interpretativa a respeito das duas atividades musicais que assistimos neste fim de semana (02/11 e 03/11).
A primeira, realizada no CEU Quinta do Sol, foi bem mais fácil pela intimidade que possuem com o objeto artístico-musical exposto; a segunda nos trouxe alguns desafios, uma vez que se tratava de um concerto de música erudita. Um dos alunos, a partir de uma audição seletiva, conseguiu identificar instrumentos pouco notórios dentro de alguns naipes e, espantosamente, esboçou uma crítica qualitativa/conceitual a respeito da fraseologia de alguns temas interpretados na última obra da noite o que os valores simbólicos a prática sensível e as balizas inteligíveis moldam edão qualidade à experiência artística e social.
Os resultados desta experiência, ainda em curso, me convençe cada vez mais que o desenvolvimento humano de suas habilidades “O Saber Sensível”, procura o domínio / criação e desenvolvimento dos signos que nos ajudam a construir a realidade em que vivemos e nos dá sentido à vida.










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