“ Aristotle, in his famous discourse “On Music”, said:
“It’s difficult, if not impossible, for those who do not perform, to be good
judges of the performance of others”. He, of course, was referring to solo
performance on instruments or singing. However, the same may be said of those
who must judge the worth, competency, and effectiveness of a piece of music.
Hands-on experience in a specific area of the musical
arts makes a composer, conductor, teacher, performer, or student a better
practitioner in that particuler aspect of music.”
Samuel
Adler
Samuel
Adler, abre seu livro sobre orquestração ecoando a premissa da necessidade que
todo homem possue em sedimentar o conhecimento sensível, em determinada
linguagem, a fim de prosseguir na manifestação do juízo de valor que dentre
outras práticas nos levam a montar o mosaico do conhecimento inteligível pessoal,
de um grupo ou área de atuação.
Em
primeira instância procurei usar este princípio a fim de auxiliar alguns
vocacionados, dominados por uma tremenda vontade de realizar com mais acuidade as
suas críticas pessoais e de colegas do
grupo, a refletirem sobre os processos criativos a partir do saber sensível.
Através
da ferramenta da análise, tentei trazer luz a algumas críticas e expectativas
artísticas dos vocacionados no intuito de lhes explicar que o conhecimento
inteligível esta atrelado ao conhecimento sensível e que no momento da
elaboração de suas práticas artísticas estes dois saberes devem estar
intimamente ligados. Porém, levantei a existência de um momento anterior
inerente a inteligibilidade artística, o conhecimento dos signos que compõem a
nossa realidade musical ; o mundo é significado, quer dizer, transformado em
signos, pelos quais conhecemos tudo e a nós mesmos num trabalho reflexivo.
“Todos os animais têm um conhecimento
de seu meio ambiente, que lhes possibilita a sobrevivência, porém o nosso é
radicalmente distinto, já que é abstraído e armazenado por meio dos signos”.
João Francisco Duarte Jr.
Nesse momento sugeri que eles refletissem a
respeito do modo de cantar e de tocar de um de seus colegas e que tentassem analizar
sua performance (quais eram os elementos artísticos daquela execução...). O que
vímos foi realmente uma resposta direta à necessidade de se refletir/discutir
sobre alguns códigos e sentidos musicais na intenção de constituir uma via de
mão dupla entre sentido e significado que nos ajudaria a entender, elaborar e
desenvolver a nossa sensibilidade e personalidade musical.
Depois
de lhes falar muito a respeito de alguns signos materiais e abstratos na
linguagem musical, propus um exercício onde eles cantariam algumas melodias,
comum a eles, da seguinte maneira:
- A partir de uma imitação interpretativa de
seus ídolos;
- Analisando, as técnicas vocais usadas, a
melodia em questão, a dinâmica (densidade) musical gerada a partir das escolhas
vocais empregadas;
- E finalmente uma experiencia pessoal de
desenvolvimento interpretativo.
Depois
de superarem suas inseguranças, vimos uma substâncial mudança na forma de
assumir posturas artísticas “desavisadas” e uma maior acertividade na crítica à
seus amios, o que contribuiu para o amadurecimento de todos.
Para
finalizar, instiguei-os a produzirem uma crítica técnico-interpretativa a
respeito das duas atividades musicais que assistimos neste fim de semana (02/11
e 03/11).
A
primeira, realizada no CEU Quinta do Sol, foi bem mais fácil pela intimidade
que possuem com o objeto artístico-musical exposto; a segunda nos trouxe alguns
desafios, uma vez que se tratava de um concerto de música erudita. Um dos
alunos, a partir de uma audição seletiva, conseguiu identificar instrumentos
pouco notórios dentro de alguns naipes e, espantosamente, esboçou uma crítica
qualitativa/conceitual a respeito da fraseologia de alguns temas interpretados
na última obra da noite o que os valores simbólicos a prática sensível e as
balizas inteligíveis moldam edão qualidade à experiência artística e social.
Os
resultados desta experiência, ainda em curso, me convençe cada vez mais que o
desenvolvimento humano de suas habilidades “O Saber Sensível”, procura o
domínio / criação e desenvolvimento dos signos que nos ajudam a construir a
realidade em que vivemos e nos dá sentido à vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário