CEU Jambeiro
Equipe Leste 3
AO Leandro Hoehne
Mapeamentos Possíveis ou A Navegação de Rota Nenhuma
§ 1: E se eu chegasse num ponto
onde esgotam-se as alternativas? Como numa paleta de cores luminosas em que a
mistura de todas num giro veloz apresentasse a possibilidade de sua brancura e
nada mais... mapear o já mapeado, retornar as tantas reflexões e me questionar
se não estou sendo repetitivo – a reprodução de mim mesmo; a reprodução dos
vocacionados por eles mesmos; a reprodução de mim nos vocacionados; e a
reprodução deles em mim.
§ 2: E se eu chegasse num ponto
onde há alternativas por demais? Como numa paleta de cores luminosas diversas,
mas que, ao se misturarem num giro veloz, apresentasse a possibilidade de sua
brancura e nada mais... calcular o incalculável, controlar o incontrolável,
esperar o inexorável de mim, dos vocacionados, do processo.
Se ao primeiro parágrafo eu
atribuir o valor ZERO e ao segundo o valor HUM, devo considerar que, entre zero
e hum, existem muitas possibilidades de desviar-se.
Quais e quantos mapas sou capaz
de identificar? Ou ainda, quais e quantos mapas sou capaz de criar? O mapa de
início de encontro não é o mesmo do final. O solo vocacional é como que apoiado
em placas tectônicas onde continentes ora são pangeia ora são uma organização
qualquer de territórios separados por oceanos, ora mais próximos, ora mais
distantes.
Talvez neste meu terceiro ano de
navegação por, tratando-se de Programa Vocacional, sempre mares nunca dantes
navegados, esteja interessado nos oceanos ao invés dos territórios. Navegar na
imensidão ao invés de explorar os ordenamentos de terra firme. Passar por eles
sem fincar âncora. Navegar sem rota nenhuma, onde todo mapa é possível, desde
que eu os crie.
O que há de imensidão inexplorada
entre cada território? O que há de “nada” entre cada “tudo” bem delimitado em
suas fronteiras de identidade?
§ 3: E se eu chegasse a um ponto
onde nem o ponto seria mais ponto? Cena, cena... teatro, teatro... vocacional,
vocacional... E se eu nem chegasse, só partisse?
Encontro 1, segunda-feira. Sob a
lógica da negação da afirmação como conclusão. Negando tudo para abrir questões
de investigação do sim: Experimentamos um jogo de tabuleiro que não foi jogo de
tabuleiro mas sim um jogo de ocupação de espaços na proposta de se observar
teatro mas não não é teatro mas sim é alguma coisa que é jogo e que é teatro
porque tem regras mas não não são regras fixas portanto o jogo não é fixo mas
são regras construídas ao jogar então o jogo não é jogo até que se jogue e o
teatro teatro até que se teatre.
Encontro 2, terça-feira. Sob a
lógica da afirmação da negação como conclusão. Afirmando para abrir questões de
investigações do não: Experimentamos cenas criadas a partir de universos
relacionais entre objetos pessoais de terceiros e histórias fictícias criadas
por si na relação com outras histórias criadas e encenadas sim porque é cena é
improvisação é teatro não não é cena é estudo de cena estudada sim nos seus
detalhes no momento em que grupos trocam cenas entre si e propõe novas
perspectivas sobre um mesmo assunto mas que não é assunto e sim a cena em si
que é assunto e cena cena e cena assunto é forma e cena é conteúdo e tudo agora
explode em provocações do que se é em cena como um indivíduo
autopréestéticoformatado então o Estudo de Cena é também um Estudo de Mim e do
Outro.
§ 4: Fim de partida
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