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sexta-feira, 2 de agosto de 2013

“Desafios, dificuldades e possibilidades de interação entre vocacionados em diferentes níveis de aprendizado”

ENSAIO JULHO 2013 – Coordenador de Música - Equipe Leste III 
Mayki Fabiani


A proposta de eixo norteador para o ensaio de pesquisa escolhido por nossa equipe foi: “Desafios, dificuldades e possibilidades de interação entre vocacionados em diferentes níveis de aprendizado”.
A escolha desse norte se deu na observação de que o Programa Vocacional recebe os vocacionados em diferentes níveis culturais, diferentes interesses musicais, ampla gama de idade (de 14 anos a 60 anos, quando não mais idade) e na questão de como trabalhar com todos esses vocacionados, com perfis diferentes.
Nossa equipe atua na região leste nos equipamentos: CEU Curuça, CEU Sapopemba, Biblioteca Cora-Coralina e Centro Cultural Tiradentes. Cada um desses equipamentos possui características distintas, O CEU Sapopemba assim como o CEU Curuça acolhe o Programa Vocacional há alguns anos, isso faz com que o trabalho do ano anterior seja continuado nesse ano. A Biblioteca Cora-Coralina recebeu o Programa ano passado, e o Centro Cultural Tiradentes recebeu o Programa nesse ano de 2013, os prédios desses equipamentos são diferentes e as salas utilizadas pelo Vocacional também são diferentes.
Iniciamos as atividades em abril, e com número considerável de vocacionados, e pelo que já foi exposto, tudo parece girar em torno das diferenças: a estrutura física entre os equipamentos, o número de Vocacionados, a idade desses Vocacionados, o interesse musical de cada um, etc.
Então o que fazer com tamanha diversidade?
Utilizamos na equipe o livro de Ana Mae Barbosa “o olhar em construção”, o texto vai de acordo com a reflexão do ensino/aprendizagem construídos a partir do: ver, observar, sentir, fazer, expressar e refletir.
O proposto acima não é uma bula para a interação dos Vocacionados, contudo uma linha mais sensível da atuação do Artista Orientador, Ana Mae trata de arte e não de música, o trabalho da autora citada é a resultante de uma pesquisa na escola de ensino fundamental de 1ª. a 4ª. série, mas os paralelos que podemos fazer o Programa Vocacional Música são muitos. Ao Artista Orientador cabe o ver e observar, para que entenda as necessidades do seu grupo, e se espera que esse Artista ajude o vocacionado a sentir, a fazer, a se expressar e a refletir sobre todo o processo.
Dessa perspectiva prática diminuímos a distância entre os vocacionados, notei que o A.O. Ricardo Cardim (CEU Sapopemba), diminuiu a problemática da idade e do interesse musical com atividades rítmicas na qual todos os vocacionados executavam as tarefas e depois refletiam sobre o exercício feito. O A.O. Daniel Dias (biblioteca Cora Coralina) fez uma atividade com poesias, extraindo desses textos os ritmos e fazendo com que seus vocacionados criassem melodias a partir desse ritmo. É interessante o fato de que os dois Artistas Orientadores citados sentiram a necessidade de trabalharem com o ritmo como uma ferramenta pedagógica, um com um exercício de percussão corporal e outro com o apoio da palavra. O resultado em ambos é satisfatório, eles partiram da sensibilidade em observar o que o vocacionado necessitava em sua formação, e o que o seria interessante para o grupo, percebi que nos dois casos relatados os vocacionados ficaram satisfeitos com as atividades propostas.
É fundamental que o Artista Orientado pense num projeto artístico-pedagógico e consiga diminuir as distâncias entre os vocacionados, lembrando que muitos casos o Programa Vocacional Música trabalha com iniciação musical, primeiros acordes no violão, primeiras reflexões sobre o cantar, primeiras iniciativas composicionais. Esse projeto artístico-pedagógico deve abarcar a ênfase na prática e na reflexão a partir da vivência e da necessidade artística de cada vocacionado.

Referências bibliográficas.
BUORO, Anamelia Bueno.  O olhar em construção: uma experiência de ensino e aprendizagem da arte na escola. São Paulo: Cortez, 2003.


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