Páginas

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

IMAGENS DE OCUPAÇÃO DO TENDAL DA LAPA.

 
A. O. VERONICA MELLO - TENDAL DA LAPA - TEATRO
DE ONDE VIM E PARA ONDE FUI...
 
ASSIM COMECEI:
 
ensaiando pensamentos teatro vocacional tendal da lapa a.o. veronica mello
Entre mim e meus processos de inquietação
o que me liga ao que sou agora?
se tudo é passageiro, não se aprofunda, não se doa, não se cola?
o que me define como quem sou?
o eu? o outro? o que vejo e sinto?
hoje não posso escrever. minha melancolia não permite a razão, o discurso organizado.
vomito então. pulso. pulsão: somos doentes de nós mesmos? somos aprisionados a padrões estéticos, sociais, desejosos de formas e cimento. o cimento tenta aprisionar o que se é. ou gostaria de ser. um corpo nu é mais libertário, libertino, liberado do que aquele que se veste e se arma de verdades alheias. meu corpo nu se pronuncia dentro de minha roupa. traz à tona o que escondo.
hoje estou perdida. Elena. hoje a vida ganha um novo sentido com a morte. hoje eu me defino em perdas. hoje eu não consigo escrever. vomito.
melancolicamente retomo o pensamento sobre mim.  depois de tudo o que vivi nesta semana. o tempo se dilatou. semana longa. difícil descrever. onde está o desejo deles. o meu, pulsa embaixo de minha roupa. acho que devo despir-me também. aqui estou. precisando ficar nua. olhar as coisas sem suas máscaras. talvez seja possível. morrer mais uma vez.
vomito. onde está o desejo deles? lugar de passagem. onde estão os vínculos? onde nos encontramos e nos completamos? vazio. o espaço ficou grande demais. esperam demais de mim... será que posso alcançá-los? desnudá-los. enxergá-los como seriam se morressem. Elena. toca no fundo de minha melancolia. e eles? se tocam? porque não criam ligações reais? existe algo ali. existe um pulso... quase moribundo, mas pulsa. o mundo está moribundo. eles resistem. os que ficam, voltam transbordam possibilidades. mas eles sabem disso?
poucos pulsaram juntos. arriscaram-se ao abismo de não saber o que viria. tensos, mas inquietos. pulsam. será que eles sabem? o corpo parece saber que desejam mais do que a continuidade do tempo quotidiano.
uns desejam ser grupo, coletivo. outros desejam se tratar das travas, timidez. outros querem a fama. risadas. rs. engasgo. se você matar sua mãe vai se tornar famosa!!!!!! grito calmamente por dentro.
diz Aurélio:
Reputação, conceito; renome, celebridade.
prá que ele disse isso? penso em celebrar mais que celebridade. penso em puta e ação, mais do que reputação. vomito.
eles desejam algo. portanto voltam. mas o que? o que querem gritar? o que eles engolem? porque não vomitam? às vezes tenho vontade de forçar o vômito. mas espero. espero que percebam que precisam vomitar algo. não sei o que. não sei como. mas precisam. EU preciso. e o faço. às vezes menos do que gostaria. a rouquidão me impede de fazê-lo. o esgotamento dificulta a ação. mas acabo sempre achando um tempo. mesmo ele sendo assim tão cruel, impiedoso e rápido. eu preciso achar esse tempo.
dos grupos pulsos mais fortes. desejos desenhados. de onde vieram? como tomam forma? como sobreviver a tudo isso? à modernidade que não se vincula, ao amor e ao tempo de Bauman?
é possível mudar algo de fato? revolução? eles pulsam o ideal. mas não sabem ainda como se organizar. a arte pode ser revolucionária, terrorista, comendo pelas bordas? como?
a melancolia diminuiu. ficam palavras. vômito. o tempo parece ter estendido esta semana.
 
 
 
GRITEI. E PASSEI POR DIVERSAS TRANSFORMAÇÕES. DELÍRIOS ESTÉTICOS. OCUPAMOS O TENDAL DA LAPA. DELÍRIOS POLÍTICOS. TRANSFORMANDO O QUE SE DESEJAVA EM AÇÃO.











Nenhum comentário:

Postar um comentário