ENSAIO
Juliana Casaut Melhado
Artista Orientadora na Casa de Cultura
Itaim Paulista
VOCACIONAL DANÇA - 2013
Chegar...
Chegar.
Devagar.
Chegando.
Criar.
Chegar.
Aconchegar.
Recriando.
Estar.
Chegar ao
vocacional é um processo de desacelerar. Desacelerar as cobranças, as
ansiedades, o ritmo e as idealizações.
Desacelerar.
Desacelerar o
ritmo frenético rotineiro e dar espaço para a criatividade.
Desacelerar para
ouvir.
Ouvir o pulso dos
corações.
Desacelerar para
sentir.
Sentir as
vibrações das respirações.
Desacelerar e
rever.
Rever as relações
de trabalho, as relações de poder, as relações de afeto, as relações
pedagógicas, as relações arte/vida...
Rever-se e
revirar-se.
Perceber que fui
educada em um sistema autoritário, hierarquizado e repleto de cobranças.
Perceber que isso
se reflete também nos ambientes de trabalho que vivi.
Perceber que isso
reflete nos regimentos do governo.
Perceber que isso
é castrador.
Viver outro
formato.
Me sentir livre.
LIVRE.
E então o medo de
não estar cumprindo.
Cumprindo o que?
Nada.
As referências
mudaram.
Parece que não
tenho nada. Que não sei de nada. Que nada sei. Que tem coisas que não vou
saber.
E assim se dá o
começo de tudo.
O começo de uma
descoberta coletiva. A construção em
parceria. Em equipe.
Bem vindos!
Quem sou eu?
Eu estou com
você.
Estamos juntos e
criamos juntos.
Dificuldades.
Muitas.
Parte do
processo.
Todos parte do
processo.
Companheirismo e
confiança.
Acolhimento das
idéias. Por mais absurdas que possam parecer.
Transpor os
limites da criação.
Inventar.
Se permitir
errar.
Compreender as
etapas.
Se cobrar menos.
Sentir o tempo do
ambiente. Coletivizar o tempo.
O tempo presente.
Agora. Depois.
Agora.
Aqui.
Nós.
Não sei o que,
não sei o que.
#sóseiquefazmuitosentidoestar.
Estar.
E então, se
transformar.
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