ENSAIO RELATO KLEBER DE PAULA.
Faço uma linha dos 3 anos que estou no
vocacional, no mesmo equipamento, com a continuidade dos mesmo vocacionados e a
entrada e vários novos vocacionados que passaram no longo desses 3 anos.
CONHECIMENTO, DESCOBERTAS, PESQUISAS, REFLEXões, AUTONOMIA, EMANCIPAçAO
E CRESCIMENTO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Meu ensaio vem como um conjunto de angustia, esvaziamento nos
encontros, dúvidas, aumento da demanda "preenchimento nos encontros",
medo do novo e do que não conheço, novas experimentações, descobertas e
memória. Então coloco uma pergunta...Quando se dá o processo? Existe uma forma
ou uma ordem para desenvolve lo? Com o início tardio do programa, me deparei
com um “esvaziamento” significativo de vocacionados nas minhas aulas que me
gerava dúvidas quanto ao desenvolvimento do programa quanto ao processo
criativo, e o que seria processo. Aos poucos com o passar do tempo e encontros,
voltei a ter uma demanda maior de vocacionados, alguns alunos antigos voltaram,
novos alunos surgiram, todos com uma cede de aprender, fazer, executar,
aprimorar e desenvolver tecnicamente como dançarinos. Particularmente, eu não sentia dificuldades
em proporcionar isso para eles, pois venho “desse mundo”, dessa prática de
técnica-performance, desenvolvimento e crescimento como bailarino ou dançarino.
Porém, não me conformava com a ideia de processo acumulativo de conhecimentos,
de que meu trabalho com os alunos fosse construído e desenvolvido apenas com
meras reproduções de movimentos. Minha angustias continuavam, porque não
estabelecíamos um processo criativo. As propostas e jogos que eu apresentava
pra eles como uma prática corporal parecia ser perdida, parecia não ter uma
continuidade. Sentia uma dificuldade em estabelecer um processo criativo, mesmo
porque não sabia o que era processo criativo, foi a partir deste momento que
comecei a me questionar: o que é processo criativo? Como estimular uma reflexão
das nossas práticas e estabelecer uma pesquisa? Eu não sabia, e ainda não sei.
Mas tinha certeza de que meu papel ao desenvolver este trabalho era ser um
Artista Orientador " Provocador" .
Provocador: na minha visão, é
aquele que não só dá ferramentas, coisas prontas, mas também aquele que instiga
a curiosidade, a pesquisa, a descoberta e experimentação do novo, aquele que
deixa de fazer as suas vontades para descobrir quais as vontades dos seus
vocacionados. A partir deste pensamento adquirido com a minha formação
acadêmica e principalmente com minhas vivencias como profissional da Dança,
passei a buscar clareza nas minhas propostas enquanto professor-artista-pesquisador,
de como realmente fazer com que meus alunos obtivessem a mesma clareza e que se
sentissem transformados através disso. Algo muito significativo para mim, foi
poder contar com o apoio da Equipe Leste 1: Ivo Alcântara, Enoque, Guilherme,
Carol, Tatiana, Claudia Palma Coordenadora de Equipe. Através de nossas
constantes conversas, reuniões e troca de saberes, percebi que eu poderia
descobrir e estabelecer um processo criativo juntamente com os meus
vocacionados partindo da vontade deles. Mesmo ainda tendo dúvidas de como
estabelecer estas ideias na prática, passei a desenvolver nas minhas aulas um
processo colaborativo de conhecimentos entre professor-aluno. Os vocacionados
passaram a se sentir muito mais a vontade, para expor ideias e vontades em
relação as nossas aulas, principalmente em relação à criação.
Atualmente voltando aos encontros, em nossas
práticas na sala de aula, percebo uma vontade por parte dos vocacionados em se
aprofundar e conhecer realmente as Dança Urbanas, principalmente sobre o Estilo
“House Dance”, na qual encontraram certa afinidade. Os alunos querem saber
origem, influências, onde surgiu, quem são os criadores, técnicas, história,
fundamentos, enfim.... tudo sobre essa dança. Fui percebendo que os vocacionados
começaram a fazer comparações e perceber semelhanças do House Dance com outras
danças ou lutas, ou até algo que tenham vivenciado, coisas da memória
particular de cada um. Partindo destas memórias e relações estabelecidas
durante as nossas aulas, passamos a desenvolver um trabalho de pesquisa através
de um questionamento: Todas as Danças podem ser “Iguais” ou “Semelhantes” ao
House Dance?. Este questionamento surgiu em umas das nossas “apreciações” que
acontece todo final de encontro, essas apreciações ou auto avaliação, surgem
para que possamos fazer relações com o processo criativo desenvolvido na aula
do dia e que também acabam se relacionado com aulas anteriores. Neste
determinado dia uma fala muito forte nos marcou: “O MUNDO GIRA”, levando essa fala
pra dança podemos chegar a conclusão que todas as danças se cruzam ou os passos
se repetem, o que muda é a intenção de cada movimento, o feeling, a música.
Desde então, os vocacionados começaram a aprofundar a pesquisa sobre as Danças
que para eles dialogavam com o House Dance através de movimentos parecidos ou
semelhantes, a maneira de andar, postura, atitude. Para essa pesquisa foi muito
importante a opinião deles, a fala deles. Pedi para cada aluno escrever uma
carta dizendo o que achava semelhante com o House Dance. Ao ler as cartas,
percebi que todos pesquisaram a fundo e descreveram além das danças, as
características de movimentos semelhantes ao House Dance, entre essas danças
estavam: -O Samba: por causa dos movimentos de pernas e a forma de se deslocar.
-A Capoeira e o Boxe: por causa dos movimentos de chão, e esquivas. -O
Sapateado: por causa dos movimentos de pés, da maneira como usamos e tocamos no
chão. -Do Afro: por conta de muitos passos semelhantes e movimentos de braços e
mãos. -Da Salsa: por causa de alguns passos semelhantes, o contra tempo que
usamos na música. Enfim, acho que estamos caminhando, não sabemos no que vai
dar, e nem para onde vamos, mas estamos instigados para descobrir.
DUVIDAS, ANGUSTIAS E PENSAMENTO
Para a autonomia e emancipação, tens que ter
o mínimo de conhecimento e consciência corporal, instrumentalizar o corpo é
necessário para que possa se reconhecer dentro de uma linguagem ou estilo.
Sendo assim, trabalhar técnicas, fundamentos, bases, e passar a historia da dança
nos estilo que estais propondo não é processo? Improvisação é qualquer coisa?
Cópia é qualquer coisa? Por onde você anda? Pra onde você vai? Como você anda?
Pra mim, a dança é como o vento, que desmanchou o penteado arruadinho de várias
certezas que eu tinha, e algumas vezes descabelou completamente a minha alma.
Mesmo que isso tenha me assustado muito aqui e ali, no somatório de tudo , foi
graça, alivio e abertura. Não precisamos de certezas estáticas, mas sim criar e
reinventar.....
O QUE SOU PARA O MUNDO, O QUE O MUNDO é PARA
MIM?
é um processo onde os vocacionados
desenvolveram em cima de uma pesquisainterior, onde improvisar e expressar toda
sua carga gen[etica, todas as expereiencias vividas no seu passado, sendo boas
ou ruins, seu sentimentos. Colocar isso pro mundo, ver o que o mundo responde,
absorver e transformar tudo isso em poesia corporal..... atravez de
improvisacao. vocacional danca " de repente, sinto uma energia incrivel.
que nem consigo explicar. que quem esta de fora pode ate critica. Mas quem
vevenci, so tem a aproveitar quem nao acredita que experimente. Pois teoria por
si so nao me satisfaz. Vivencie, sinta, dance. E, apos, critique me se for
capaz."
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