Biblioteca
Paulo Duarte / Acervo Afro - ZS
Processos
Criativos a partir da Experimentação
Sonora
Pensar
a orientação como uma prática que aguce o interesse pelo ato
criativo. De uma perspectiva muito objetiva e prática, minha
proposta pedagógica parte dos seguintes pontos de vista:
·
Sonoro:
colocar os grupos em contato direto com materiais sonoros múltiplos
(sendo eles “musicais” propriamente ditos ou não);
·
Espaço:
enxergar o espaço (entorno) da perspectiva de sua produção sonora,
de como pode ser entendido da perspectiva dos sons que emite.
·
Registro:
materiais audiovisuais ou escritos coletados nas orientações como
indícios da ação nos grupos. Invoco aqui uma reflexão do material
norteador do Programa: "Construir a memória de um processo, por
meio de registros constantes em suportes e maneiras diversas, implica
assim em encontrar possibilidades narrativas que tornem o processo
criativo coletivamente consciente, por meio do confronto e apreciação
ativa de materializações possíveis que refletem instantes de
experiência ao longo do processo" (Material Norteador do
Programa Vocacional. Fonte: Revista Vocare, São Paulo, 2011, p.27).
A
elaboração da oficina “Ateliê de Sonoridades”, em conjunto com
o A.O. Rodolfo Valente (27/6 na Bibl. Paulo Duarte e 13/7 na Bibl.
Belmonte), vai de encontro a essa busca por um “perceber o entorno
através dos ouvidos”, além de um ouvir a própria música que já
se ouve de uma maneira mais indagativa e atenta. Além disso, a ideia
de preparar orientações que tenham começo, meio e fim no espaço
de apenas um encontro parece-me muito útil dentro do Programa,
considerando a altíssima diversidade, rotatividade de pessoas e,
muitas vezes, até mesmo dos espaços designados para as atividades,
exigindo uma postura altamente flexível por parte do AO.
Talvez
por uma falha metodológica minha, algumas dessas práticas pontuais
pressupunham, ao menos, um segundo encontro para avaliar, reorganizar
e recriar o material gerado. Assim, muito material já se perdeu com
a não permanência desses “passantes”, restando apenas uma
memória já diluída. Mas a memória seria suficiente para nos
alimentar dentro do Vocacional, tanto do ponto de vista do AO quanto
do orientado? Muitas vezes essas curtas experiências deixam marcas
profundas, indeléveis, e, mais que isso, edificam materiais
pedagógicos riquíssimos. Mas em outras ocasiões queremos mais,
queremos uma continuidade, a construção de um processo mais
duradouro, que tem tempo de se sedimentar.
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