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quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Processos Criativos a partir da Experimentação Sonora - AO Tiago Gati (Musica Vocacional)

AO: Tiago Gati   (Musica Vocacional)                                
Biblioteca Paulo Duarte / Acervo Afro - ZS


Processos Criativos a partir da Experimentação Sonora
 
Pensar a orientação como uma prática que aguce o interesse pelo ato criativo. De uma perspectiva muito objetiva e prática, minha proposta pedagógica parte dos seguintes pontos de vista:
· Sonoro: colocar os grupos em contato direto com materiais sonoros múltiplos (sendo eles “musicais” propriamente ditos ou não);
· Espaço: enxergar o espaço (entorno) da perspectiva de sua produção sonora, de como pode ser entendido da perspectiva dos sons que emite.
· Registro: materiais audiovisuais ou escritos coletados nas orientações como indícios da ação nos grupos. Invoco aqui uma reflexão do material norteador do Programa: "Construir a memória de um processo, por meio de registros constantes em suportes e maneiras diversas, implica assim em encontrar possibilidades narrativas que tornem o processo criativo coletivamente consciente, por meio do confronto e apreciação ativa de materializações possíveis que refletem instantes de experiência ao longo do processo" (Material Norteador do Programa Vocacional. Fonte: Revista Vocare, São Paulo, 2011, p.27).

A elaboração da oficina “Ateliê de Sonoridades”, em conjunto com o A.O. Rodolfo Valente (27/6 na Bibl. Paulo Duarte e 13/7 na Bibl. Belmonte), vai de encontro a essa busca por um “perceber o entorno através dos ouvidos”, além de um ouvir a própria música que já se ouve de uma maneira mais indagativa e atenta. Além disso, a ideia de preparar orientações que tenham começo, meio e fim no espaço de apenas um encontro parece-me muito útil dentro do Programa, considerando a altíssima diversidade, rotatividade de pessoas e, muitas vezes, até mesmo dos espaços designados para as atividades, exigindo uma postura altamente flexível por parte do AO.

Talvez por uma falha metodológica minha, algumas dessas práticas pontuais pressupunham, ao menos, um segundo encontro para avaliar, reorganizar e recriar o material gerado. Assim, muito material já se perdeu com a não permanência desses “passantes”, restando apenas uma memória já diluída. Mas a memória seria suficiente para nos alimentar dentro do Vocacional, tanto do ponto de vista do AO quanto do orientado? Muitas vezes essas curtas experiências deixam marcas profundas, indeléveis, e, mais que isso, edificam materiais pedagógicos riquíssimos. Mas em outras ocasiões queremos mais, queremos uma continuidade, a construção de um processo mais duradouro, que tem tempo de se sedimentar.

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