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sexta-feira, 19 de julho de 2013

PRÁTICA PARA COMPOSIÇÃO

Ensaio - Maio de 2013
Sebastião Bazotti
Artista Orientador do Vocacional Música no Centro Cultural da Penha
Turmas de quarta-feira das 10h às 13h e quinta-feira das 18h30min às 21h30min

PRÁTICA PARA COMPOSIÇÃO
Se por vários anos tivermos o hábito de cantar canções, por assimilação da
estrutura das músicas do repertório que iremos adquirindo nesses anos, possivelmente
conseguiremos algum dia, em que nos dispusermos a fazer isso, compor uma melodia.
E, por uma lógica, adquirida com a prática do cantar, a composição terá forma, sentido
melódico, coerência harmônica por mais simples que seja essa composição. Mesmo não
sendo músico ou sequer conhecendo qualquer teoria musical. Simplesmente, acredito
que por imitação da estrutura conhecida a longos anos, nosso cérebro conseguira fazer
uma música. Porém, no decorrer dos anos como Artista Orientador, tenho encontrado
muitos compositores amadores, que normalmente cantam bem, possuem um vasto
repertório, cantam ha vários anos, mas compõe de maneira amorfa. Ás vezes algumas
dessas pessoas tem um senso melódico interessante e criam frases melódicas com certo
nível de complexidade. Contudo não conseguem encaixa-las dentro de uma forma.
Aliás, me parece que não possuem mesmo a consciência da forma, da métrica. Não
aproveitam o repertório que possuem como referência na hora de compor. Existe um
distanciamento muito grande entre aquilo que aprenderam e a sua própria música
interior, a música que criam. É quase como se fossem artes diferentes a apreendida e a
criada. Na busca de encontrar uma maneira de fazer os aspirantes a músico ou
compositores, melhorarem suas criações assimilando informações de obras que
conhecem, tenho aplicado uma prática em aula que descreverei abaixo e cujos registros
dessa prática estão gravados em mídia para uma melhor compreensão do meu objetivo.
A intensão principal é uma conscientização de pulso, ritmo, melodia e principalmente
da forma.

Segue a prática:
- escolho uma música com melodia bem definida e cantada de preferência á capela para
que a atenção se volte apenas para a linha melódica;
- ouvimos várias vezes e por mais de um encontro a música aprendemos a cantá-la;
- passamos a cantar a música marcando o tempo forte do compasso com o pé;
- depois de alguma prática conseguimos distinguir as partes da música (AAB etc..).
- passamos a marcar o pulso com o pé e fazer o ritmo da música com palmas sem cantar
junto, apenas ajustando as frases ao pulso;
- quando a etapa anterior está bem resolvida, vamos para uma parte mais complexa, que
é criar com a voz uma nova melodia para o ritmo aprendido da música;
- uma nova composição surge;
- como respeitamos o pulso e o ritmo da composição original, a criação resultante tem
uma forma definida.

Seguem as etapas acima gravadas durante a prática nos encontros, disponíveis em CD:
Faixa 01 – parte A da composição original
Faixa 02 – frase original melódica, pulso e ritmo, frase melódica resultante.
Faixa 03 – frase original, pulso e frase melódica resultante.
Faixa 04 – parte A original, pulso e ritmo da parte A, melodia resultante da parte A.
Faixa 05 – pulso e ritmo dentro do andamento sugerido pela turma, melodia resultante.
Faixa 06 – resultado final do processo acima com a turma de quarta-feira.
Faixa 07 – música original na íntegra.
O resultado que almejo, é um aproveitamento melhor do próprio repertório como fonte
de aprendizado musical “teórico”, consciência da forma, do ritmo dentro de um pulso
E com isso uma melhora significativa nas composições.

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